
Outra recordação inesquecível para mim foi aquele dia em que, secretamente, comprei duas alianças de prata. Nessa mesma noite, depois do jantar, apanhámos o Tube e subimos duas estações. Saímos em Hampstead Heath. Conduzi o Pat - para seu grande espanto - ao Park Hampstead Heath. Tínhamos, como uma benção dos céus, uma bela noite de luar sem morrinha. Pat mostrava-se muito intrigado com o meu enigmático comportamento. Àquelas horas não havia viva-alma! Éramos só nós dois e aquela tépida noite de luar. Peguei-lhe na mão e, docemente, encaminhei-o na direcção duma árvore secular e encostei-o ao seu grosso e sólido tronco. Tirei as alianças do bolso e, mentalmente falando com o ignoto, perguntei a Deus se ele nos aceitava no seu Reino, como dois homens que se amavam? Olhei o céu e vi uma estrela brilhar mais intensamente do que todas as outras. Enfiei uma das alianças no anelar do Pat e a outra no meu próprio anelar e dei-lhe um longo beijo. Assim - quanto a mim - tinhamo-nos casado perante Deus!
Só muitos anos mais tarde Pat viria a saber deste nosso simbólico casamento. Quarenta e quatro anos depois, Pat ainda porta essa aliança. A minha, perdi-a pelo caminho ao longo da minha aciganada vida. Mas ainda a sinto no meu dedo como se ela ainda lá estivesse!
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