lundi 9 novembre 2009

Sonho Acordado?
















Ao apontar-lhe as escadas, para que subisse, novamente aquele estranho pensamento atravessou a minha mente: Não mereces tanto!

Chegados ao meu segundo andar a porta estava escancarada e ele, sem dizer uma palavra e entrou. Fechei a porta e indiquei-lhe o divã que fazia de canapé. Ele despiu o seu blusão que pouso sobre o meu dedo espetado e acomodou-se. Perguntei-lhe o que queria tomar. Pediu-me um chá! Preparei-lhe esse bem britânico “mata-sede”, acompanhado duns biscoitos. Acompanhei-o nessa primeira chazada de milhares doutras por vir! Sentado a seu lado, fiz-lhe algumas perguntas às quais ele respondeu com vagas evasivas. Ele era, logo me apercebi, tremendamente tímido, ou estava pouco à vontade com a sorte que o esperava. Depois do cházinho, morto como eu estava de não esperar mais para dar largas à minha fome mergulhei a minha boca naquela sua sensualíssima boca tão ávida da minha como eu da sua! Esse correspondido beijo repetiu-se e prolongou-se para além do tempo, como se o tempo tivesse parado ou tivesse perdido o seu valor. Foi como que se me tivesse apoderado duma verdejante quinta depois de ter saltado o muro! Corri entre as leiras e as papoilas despindo aquele belo corpo muito branco, quase virgem, e o meu arado lavrou aquele corpo ansioso do meu dentro do dele! Depois da sementeira acabada vestimo-nos antes que a chuva começasse a cair para regar a semente que acabava de ser lançada à terra fecunda duma vida a despontar!

Depois da nossa primeira entrega, conversámos, ou melhor, conversei. Soube, mesmo assim, que ele vivia e trabalhava em Essex, numa vila chamada Braintree, que ainda vivia com os pais, e que trabalhava em Chelmsford como assistente num colégio e que muito gostaria de vir trabalhar para Londres e tornar-se independente da família e fugir à rotina duma vila provincial onde muito pouco acontecia.

Depois de mais um chá preparou-se para regressar a casa, pois que não queria perder o último autocarro de Chelmsford para Braintree. Desta vez acompanhei-o até à estação de Metro (Tube) de Chalk Farm. Quando ele picou o seu bilhete antes de descer para a plataforma onde apanharia o seu comboio que o levasse até Liverpol Street onde apanharia outro comboio que o levaria até Chelmsford onde, então, apanharia o autocarro para Braintree, onde viviam os seus pais. Disse-lhe adeus e, na minha mente, novamente aquela me segredou que Pat, como lhe chamavam em família, merecia alguém melhor do que eu e que, certamente desapontado com as poucas horas que passámos juntos, nunca mais voltaria a Chalk Farm e, pior ainda, aos meus braços onde, apenas essas poucas horas, fora meu prisioneiro!

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