mardi 17 novembre 2009
O Muito Falado Bikini
Chegada a data de partir para a nossa grande viagem até Espanha para umas primeiras grandes férias fora de Inglaterra, na véspera preparámos duas malas. Cada um a sua mala, a sua independência. Pat gostava de carregar consigo coisas que nunca usaria ou lhe seriam de qualquer utilidade. Ao passo que eu era apenas o mais indispensável. Algumas camisas, dois pares de calças, cuecas, algumas peúgas, e uma toalha de banho. Ao dobrar a minha toalha e ao pondo-a na mala, repentinamente me lembrei que não tinha um único fato de banho, pois que em Inglaterra é algo que ninguém se preocupa em ter, tão inútil tal peça de vestuário é. O mais necessitado em Inglaterra é gabardinas, galochas, chapéus de chuva, e luvas. Era tarde demais para ir comprar um pois que as lojas já estavam todas fechadas! Desenrascado como sempre fui, agarro numa velha T-Shirt que tinha na cozinha para limpar o pó e corto-a em dois triângulos. Fiz-lhe umas bainhas, introduzi os elásticos, provei, e pronto! Já tinha bikini para as minhas férias em Torremolinos!
No outro dia de manhã levantámo-nos muito cedo para apanharmos um comboio que nos levasse até Stanstead Airport, nos arredores de Londres. A viagem de comboio foi monótona e cansativa mas, depois, no avião foi uma alegria. Foi-nos servida uma pequena refeição, coisa que agora já não acontece, agora atiram-nos com um “cachorro” para debaixo dos queixos, como se fôssemos cachorros! As hospedeiras eram lindas e os comissários de bordo um insulto à minha dignidade quando me via ao espelho! Pat mostrava-se um tanto excitado com esta nossa nova aventura. Não era a primeira vez que ele apanhava um avião mas, mesmo assim, era como se o fosse. Chegados ao aeroporto de Málaga tínhamos lá à nossa espera um autocarro que nos levou até ao hotel.
O hotel, tomando em conta o que tínhamos pago, foi a nossa primeira surpresa! Era um hotel de luxo com um serviço impecável! Nós tínhamos reservado com apenas meia-pensão para estarmos livres à noite para irmos jantar fora e conhecer a vida nocturna de Torremolinos. O nosso quarto era muito confortável e tinha uma grande varanda que dava para a piscina. Mal desfizemos as malas, vesti o meu novo bikini e fui estreá-lo na grande piscina. O ambiente da piscina era acolhedor. Haviam muitas famílias com as suas criancinhas aos saltos e aos gritos, jovens casais amorosamente enlaçados, e alguns solitários que não tiravam os olhos do meu reduzido bikini. Pat sugeriu que eu comprasse um fato de banho decente na boutique do hotel, mas preferi provocar o pudor dos jovens espanhóis que trabalhavam na piscina. O salva-vidas mirou-me como alguém à beira de me dizer que me vestisse mais decentemente! Por outro lado, os quase adolescentes que serviam refrescos aos hóspedes que, à volta da piscina, constantemente se besuntavam com óleos especiais para bronzearem rapidamente sem causar queimaduras sérias, vinham todos os cinco minutos perguntar-me se queria um refresco, mas o único refresco que me apetecia era o raio do salva-vidas que era uma espécie rara da beleza masculina. Apeteceu-me atirar-me à água e começar a gritar por socorro, mas não ousei!
Depois, a rotina no hotel era sempre toda muito igual. Depois do sumptuoso pequeno almoço no luxuoso restaurante, íamos passar a manhã na piscina para nos bronzearmos rápido, dar uns mergulhos e, sobretudo, eram os meus olhos que mergulhavam nos fatos de banho masculinos muito bem recheados que todo o tempo me passavam pela frente.Chegou a tornar-se numa obsessão! Realmente, para mim, o sexo era algo de imprescindível no meu dia a dia. Pat não me bastava! “Grass is always greener on the other side” e eu andava sempre com vontade de ir pastar a outros prados! Depois do almoço fazíamos longas hispânicas “siestas” e, depois dum banho vestiamo-nos para ir dar uma volta pela cidade. À noite, depois de jantar, um “drink” no Bar e, por vezes, uns passos de dança no “Night-Club” do hotel. Algumas vezes, depois de jantar, uma volta pela cidade para ver Torreolinos “by night” e ver as belezas lá do sítio em busca aventuras fáceis. Eu era uma aventura fácil mas a presença do Pat inesperadamente me pareceu tornar-se num singular travão aos meus assaltos inevitáveis. Durante essas duas semanas nada de carne fresca. Penso que, mesmo sem o ter planeado, ambos decidimos fazer dessas duas semanas a nossa lua de mel. Os únicos hóspedes que se tornaram nossos amigos, foram uma senhora inglesa com as suas duas filhas. Tudo começou na piscina quando essa dama me perguntou onde tinha eu comprado o meu bikini. Quando lhe disse que o tinha feito em casa na véspera da viagem, ela deu uma grande gargalhada e afirmou que eu era “a case”!
Haviam bastantes excursões a serem propostas por toda a parte mas os nossos meios tinham de ser muito bem controlados. Tínhamos de nos lembrar de guardar uns pataco para pagar o comboio de Stanstead até Chalk Farm, quando se acabassem as presumidas farturas! A única extravagância a que nos demos ao luxo de concretizar foi uma viagem de autocarro até Málaga onde passámos um belo dia à descoberta dum pouco do passado histórico da Espanha que, tantos séculos se bateram para expulsarem os portugueses da Península Ibérica! Ao fim e ao cabo, foram umas boas férias que jurámos não serem as últimas!
A outra grande aventura foi um dia passado numa grande propriedade pertencente a um casal de ingleses que recebiam excursões para passarem o dia com eles. Esse dia foi passar a manhã a dar um passeio a cavalo para visitar a grande extensão da propriedade, parando para um grande piquenique à beira-rio. Depois, à sombra duma árvore secular, fizémos uma longa “siesta”. Depois, à noite, depois dum grande mergulho na piscina, a um fulgurante por-de-sol, uma grande “paella” e “sangria” ao ar livre. A noite caída, tivemos um fabuloso espectáculo de “flamenco” feito por um fabuloso grupo de ciganos locais. Que pena não termos uma única foto dessa extrordinária noite tão espanhola!
Quando chegou a data de deixar o nosso quarto antes do meio-dia para apanharmos um autocarro para Málaga onde apanharíamos o nosso avião de regresso a Stanstead, enquanto aguardávamos a chegada do autocarro que nos levaria a Málaga, Pat ficou sentado na Hall do hotel a tomar conta das nossas malas e na conversa com a senhora inglesa e as suas duas filhas. Eu aproveitei para dar mais um mergulho na piscina usando o meu bikini como cuecas. Entrei no vestiário da piscina e pus as minhas coisas num armário e lá fui dar as últimas braçadas dessas nossas primeiras e inesquecíveis férias no estrangeiro. Quando o meu relógio me anunciou que eram horas de me aprontar para a nossa viagem de regresso, voltei ao vestiário, tirei o meu encharcado minúsculo bikini, vesti a camisa e as calças, calcei os meus citadinos sapatos que já tinha palmilhado Londres quase de ponta a ponta, e fui ter com o Pat e a tal senhora inglesa. Torci o bikini e ao chegar à mesa onde eles me esperavam, não sabendo o que fazer do meu bikini todo molhado, coloquei-o no pequeno cinzeiro que se encontrava sobre a mesa. Para meu espanto, a senhora pede desculpa e permissão e agarra no meu bikini e põem-no na sua malinha de mão, explicando-me que o levava com ela para Londres como recordação das férias, e para mostrar à sua outra filha que não tinha vindo, pois que se ela lhe falasse de como ele era diminuto ela nunca a acreditaria, e que só lho mostrando, ela a acreditaria! Quando ouvi a palavra “recordação”, de repente lembrei-me que tinha prometido ao Peter levar-lhe algo de Torremolinos. Entrei em pânico e a única última solução que se me deparou foi roubar esse pequeno cinzeiro do hotel que meti no meu saco à tiracolo, para não chegar à Agência de Viagens com as mãos a abanar e sem nada para meter nas mãos do meu tão desejado Peter, que se consolaria apenas com a minha modesta pessoa!
No outro dia de manhã levantámo-nos muito cedo para apanharmos um comboio que nos levasse até Stanstead Airport, nos arredores de Londres. A viagem de comboio foi monótona e cansativa mas, depois, no avião foi uma alegria. Foi-nos servida uma pequena refeição, coisa que agora já não acontece, agora atiram-nos com um “cachorro” para debaixo dos queixos, como se fôssemos cachorros! As hospedeiras eram lindas e os comissários de bordo um insulto à minha dignidade quando me via ao espelho! Pat mostrava-se um tanto excitado com esta nossa nova aventura. Não era a primeira vez que ele apanhava um avião mas, mesmo assim, era como se o fosse. Chegados ao aeroporto de Málaga tínhamos lá à nossa espera um autocarro que nos levou até ao hotel.
O hotel, tomando em conta o que tínhamos pago, foi a nossa primeira surpresa! Era um hotel de luxo com um serviço impecável! Nós tínhamos reservado com apenas meia-pensão para estarmos livres à noite para irmos jantar fora e conhecer a vida nocturna de Torremolinos. O nosso quarto era muito confortável e tinha uma grande varanda que dava para a piscina. Mal desfizemos as malas, vesti o meu novo bikini e fui estreá-lo na grande piscina. O ambiente da piscina era acolhedor. Haviam muitas famílias com as suas criancinhas aos saltos e aos gritos, jovens casais amorosamente enlaçados, e alguns solitários que não tiravam os olhos do meu reduzido bikini. Pat sugeriu que eu comprasse um fato de banho decente na boutique do hotel, mas preferi provocar o pudor dos jovens espanhóis que trabalhavam na piscina. O salva-vidas mirou-me como alguém à beira de me dizer que me vestisse mais decentemente! Por outro lado, os quase adolescentes que serviam refrescos aos hóspedes que, à volta da piscina, constantemente se besuntavam com óleos especiais para bronzearem rapidamente sem causar queimaduras sérias, vinham todos os cinco minutos perguntar-me se queria um refresco, mas o único refresco que me apetecia era o raio do salva-vidas que era uma espécie rara da beleza masculina. Apeteceu-me atirar-me à água e começar a gritar por socorro, mas não ousei!
Depois, a rotina no hotel era sempre toda muito igual. Depois do sumptuoso pequeno almoço no luxuoso restaurante, íamos passar a manhã na piscina para nos bronzearmos rápido, dar uns mergulhos e, sobretudo, eram os meus olhos que mergulhavam nos fatos de banho masculinos muito bem recheados que todo o tempo me passavam pela frente.Chegou a tornar-se numa obsessão! Realmente, para mim, o sexo era algo de imprescindível no meu dia a dia. Pat não me bastava! “Grass is always greener on the other side” e eu andava sempre com vontade de ir pastar a outros prados! Depois do almoço fazíamos longas hispânicas “siestas” e, depois dum banho vestiamo-nos para ir dar uma volta pela cidade. À noite, depois de jantar, um “drink” no Bar e, por vezes, uns passos de dança no “Night-Club” do hotel. Algumas vezes, depois de jantar, uma volta pela cidade para ver Torreolinos “by night” e ver as belezas lá do sítio em busca aventuras fáceis. Eu era uma aventura fácil mas a presença do Pat inesperadamente me pareceu tornar-se num singular travão aos meus assaltos inevitáveis. Durante essas duas semanas nada de carne fresca. Penso que, mesmo sem o ter planeado, ambos decidimos fazer dessas duas semanas a nossa lua de mel. Os únicos hóspedes que se tornaram nossos amigos, foram uma senhora inglesa com as suas duas filhas. Tudo começou na piscina quando essa dama me perguntou onde tinha eu comprado o meu bikini. Quando lhe disse que o tinha feito em casa na véspera da viagem, ela deu uma grande gargalhada e afirmou que eu era “a case”!
Haviam bastantes excursões a serem propostas por toda a parte mas os nossos meios tinham de ser muito bem controlados. Tínhamos de nos lembrar de guardar uns pataco para pagar o comboio de Stanstead até Chalk Farm, quando se acabassem as presumidas farturas! A única extravagância a que nos demos ao luxo de concretizar foi uma viagem de autocarro até Málaga onde passámos um belo dia à descoberta dum pouco do passado histórico da Espanha que, tantos séculos se bateram para expulsarem os portugueses da Península Ibérica! Ao fim e ao cabo, foram umas boas férias que jurámos não serem as últimas!
A outra grande aventura foi um dia passado numa grande propriedade pertencente a um casal de ingleses que recebiam excursões para passarem o dia com eles. Esse dia foi passar a manhã a dar um passeio a cavalo para visitar a grande extensão da propriedade, parando para um grande piquenique à beira-rio. Depois, à sombra duma árvore secular, fizémos uma longa “siesta”. Depois, à noite, depois dum grande mergulho na piscina, a um fulgurante por-de-sol, uma grande “paella” e “sangria” ao ar livre. A noite caída, tivemos um fabuloso espectáculo de “flamenco” feito por um fabuloso grupo de ciganos locais. Que pena não termos uma única foto dessa extrordinária noite tão espanhola!
Quando chegou a data de deixar o nosso quarto antes do meio-dia para apanharmos um autocarro para Málaga onde apanharíamos o nosso avião de regresso a Stanstead, enquanto aguardávamos a chegada do autocarro que nos levaria a Málaga, Pat ficou sentado na Hall do hotel a tomar conta das nossas malas e na conversa com a senhora inglesa e as suas duas filhas. Eu aproveitei para dar mais um mergulho na piscina usando o meu bikini como cuecas. Entrei no vestiário da piscina e pus as minhas coisas num armário e lá fui dar as últimas braçadas dessas nossas primeiras e inesquecíveis férias no estrangeiro. Quando o meu relógio me anunciou que eram horas de me aprontar para a nossa viagem de regresso, voltei ao vestiário, tirei o meu encharcado minúsculo bikini, vesti a camisa e as calças, calcei os meus citadinos sapatos que já tinha palmilhado Londres quase de ponta a ponta, e fui ter com o Pat e a tal senhora inglesa. Torci o bikini e ao chegar à mesa onde eles me esperavam, não sabendo o que fazer do meu bikini todo molhado, coloquei-o no pequeno cinzeiro que se encontrava sobre a mesa. Para meu espanto, a senhora pede desculpa e permissão e agarra no meu bikini e põem-no na sua malinha de mão, explicando-me que o levava com ela para Londres como recordação das férias, e para mostrar à sua outra filha que não tinha vindo, pois que se ela lhe falasse de como ele era diminuto ela nunca a acreditaria, e que só lho mostrando, ela a acreditaria! Quando ouvi a palavra “recordação”, de repente lembrei-me que tinha prometido ao Peter levar-lhe algo de Torremolinos. Entrei em pânico e a única última solução que se me deparou foi roubar esse pequeno cinzeiro do hotel que meti no meu saco à tiracolo, para não chegar à Agência de Viagens com as mãos a abanar e sem nada para meter nas mãos do meu tão desejado Peter, que se consolaria apenas com a minha modesta pessoa!
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