lundi 9 novembre 2009
Patrick James - For Ever After!
A minha rotina no Berners começou a gradualmente entrar nas calhas! Como habitualmente me acontecia, nunca me foi difícil ou penoso adaptar-me aos sítios e pessoas que me tinham sido destinados. Miss Pollack pouco a pouco me aceitou como um jovem macho atrás do qual as minhas jovem colegas me faziam olhinhos ternos. A única coisa que a magoava no seu amor próprio era o facto de ela apenas falar Inglês e eu falava sete línguas. Muito frequentemente ela se via obrigada a recorrer aos meus serviços para a tirar de embaraços. Mr. Wood começou a demonstrar uma certa admiração pela minha pessoa por eu ser um desenrascado. Não haviam problemas que eu não conseguisse solucionar sem a ajuda de ninguém, muito menos a Miss Pollack! Assim como a popularidade que começou a bafejar-me perante os hóspedes e o pessoal. Hella dava um salto à recepção sempre que podia para não esquecer o seu Hebraico. A sectretária do Mr. Wood, Mrs. Sellar, era um amor! Nunca perdia uma ocasião para me dizer que eu era um óptimo profissional, e que a Miss Pollack estava satisfeita com a minha participação nas suas responsabilidades! Mesmo ao lado da recepção havia a Cashier, uma moça muito bonita que começou a fazer-me a corte. Um dia ela espirrou e eu, cá de longe, disse-lhe: “bless you”! Mas ela não agradeceu! A segunda vez que ela espirrou novamente lhe disse: “bless you”! e ela não acusou a recepção dos meus votos! À terceira vez que ela voltou a espirrar eu disse-lhe: “fuck you”! E ela respondeu-me: Thank you! Miss Pollack, a despeito da sua grande classe, olhou-me com um discreto malicioso sorriso e sussurrou: How dare you?!
No meu pequeno apartamento eu sentia-me em casa e comecei a afeiçoar-me muito aquele cantinho onde eu podia estar em sossego lendo um bom livro ou vendo um programa na televisão, pois que tinha alugado uma, coisa então muito praticada em Inglaterra. Os programas eram duma qualidade excepcional e era realmente uma grande companhia! Por vezes tinha de aguardar as páginas de publicidade para me levantar e ir preparar-me um bom café!
O meu comilão de Golders Green deixou de aparecer e, uma noite, em vez de ver televisão, fui consultar os meus papéis em busca de moradas doutros correspondentes meus da Hermes que vivessem em Inglaterra. O Johnny fora posto de parte, para meu grande pesar, o Golders Green matava-me com fomes de canibal e ainda por cima, aparentemente, já tinha enchido a barriguinha! Nessa papelada toda encontrei um outro que se chamava Patrcick James, mas que vivia longe de Londres. Fiz uma minuciosa radiografia à sua foto e esbarrei com a sua bonita mão apoiado no tronco dessa árvore. Essa mão encantou-me! Sempre gostei de mãos de homem! As dele eram brancas e os seus dedos muito longos. A sua face também imanava uma doçura muito especial. Enviei-lhe uma curta carta a informá-lo que tinha chegado e que vivia em Chalk Farm. Essa carta foi respondida na volta do correio, pedindo-me autorização de vir passar um Sábado comigo. Claro que a minha resposta também foi na volta do correio: As soon as you can!
Algo no meu corpo andava a morrer de fome! Tinha uma vizinha portuguesa que morava por baixo de mim - a Maria Emília - que muito queria meter-se debaixo de mim, mas eu, claro, preferiria o seu namorado, um bonito jovem inglês chamado Nicky, que era belo como um grego, que também me fazia olhinhos. O meu faminto contrapeso andava a badalar-me entre as pernas a mendigar-me a esmola dum bom “saltar o muro”! Por essa e muitas outras razões, Patrick James era muito bem-vindo! Outra carta vinda da sua parte, dizendo-me que viria passar o próximo Sábada comigo ainda me alumiou mais a minha pobre lamparina que ameaçava deitar-me fogo à barraca! Enfim, eu ia poder inaugurar a minha cama de casal ali no segundo andar da Erskine Road! Eureka! Adeus Golders Green que se rendia logo à entrada da porta, saltando para o divã da sala alegando que era muito “mais chegadinhos” e sem perda de tempo! Tempo, neste caso não era dinheiro, eram contínuas jorradas!
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