samedi 7 novembre 2009

Chakl Farm... I miss you so much!













Depois de ter obtido os meus papeis, isto após ter trabalhado a lavar pratos no restaurante onde a Berta almoçava todos os dias, perto do seu emprego, procurei enveredar por outras leiras mais floridas. Foi nesse restaurante que durante um almoço em que a Berta levara o Papuzinho com ela para almoçar, que algo de muito cómico aconteceu! O Papuzinho pedia à mamã, alto e vom son: Mamã! Faca! Faca! Ele queria uma faca, pois que facas, sobretudo as bem afiadas, era coisa que a Berta nunca ousaria por naquelas pequeninas mãozinhas de anjo do Papuzinho! O grande problema foi que, faca, em Inglês (fucker), queria dizer: Fodilhona! As outras pessoas sentadas à volta das outras mesas olhavam incrédulas para a mesa da Berta. A Berta talvez não tenha notado, mas eu, na copa, a lavar pratos e a ver a ver o restaurante lá fora pela janelinha onde eu depositava os pratos a serem servidos, dei uma gargalhada que de um certo modo em mim ainda ecoa! Como lavar pratos não era exactamente o que eu queria fazer na minha vida, e como tinha o meu Diploma do Tadmor Hotel Training School, resolvi começar a procurar emprego como recepcionista. Comecei a comprar o jornal todas as manhãs e a vasculhar os anúncios relacionados com hoteleria. Uma manhã os meus olhos cairam sobre um anúcio onde pediam um recepcionista come “conhecimentos de Português”. Era o Berners Hotel, ali no West End, na Berners Street. Indaguei onde era a Berners Street e informaram-me que tinha de apanhar o Tube e sair in Tottenham Court Road tube station, que essa rua ficava ali na Oxford Street, a terceira à direita, descendo na diracção do Hide Park.

Não tive qualquer dificuldade em encontrar esse hotel. O meu Inglês era perfeito e eu tinha a minha vida quase toda à minha frente! Lá chegado, a primeira coisa que me salta aos olhos é o Berners Hotel na sua imponência estilo Votoriano. Entro sorrateiramente para ver como era o hotel por dentro. Era um luxo esmerado. Cheguei a pensar que se olhasse para trás daria com a Greta Garbo a entrar com o seu grande chapéu, óculos escuros e a sua echarpe à volta do pescoço a tapar as misérias do peso dos anos. Nunca olhei para trás, nunca saberei se nessa manhã a Greta Garbo chegou ao Berners Hotel. Olhei em derredor e vi à minha direita um grande balcão que presumi ser a recepção. Observei a velha senhora muito arrogante que parecia ser a chefa, dando ordens a todos, à esquerda e à direita. Aproximei-me e perguntei-lhe se eles precisavam dum recepcionista. Ela, como sempre na minha vida, olhou-me insistentemente de alto a baixo e, sem me dizer uma palavra, toca uma campaínha que jazia ao canto do balcão. Um bellboy acorreu pressuroso:

- Yes, Miss Pollack!

Miss Pollack empertigou-se ainda um pouco mais e, autoritariamente, ordena:

- Take this young man to Mr. Wood! He is looking for a job!

Eu sabia lá quem era o Mr. Wood! Oxalá não fosse algum carrasco dos tempos das Cruzadas!

O bellboy acompanha-me até uma porta completamente escancarada que dava para um escritório onde, sentado a uma faustosa secretária, um robusto cavalheiro de cabelos branco parecia muito ocupado ou entretido com uma bela caneta de ouro rabiscando sobre uma grande folha de papel. Ao entrar reparei que sobre a porta havia um dístico que me anunciava

“Mr. Wood – General Manager”!

Ao menos então já sabia quem era o Mr. Wood! O bellboy endereçou-se respeitosamente ao opulento sorumbático Mr. Wood e dá-lhe o recado da Miss Pollack!

Mr. Wood, para não fugir à regra, mira-me estudiosamente dos pés à cabeça e, acabada a inspencção geral, pede-me par ocupar o grande cadeirão na sua frente. Obedeci e aguardei que ele me dirigisse a palavra. Quando me perguntou que tipo de trabalho procurava, respondi-lhe que tinha um diploma como recepcionista obtido no “Tadmor Hotel Training Shool” em Israel. Ele não escondeu a sua surpresa e informa-me que a sua Governata também tinha ensinado nessa Escola! Satisfiz a sua curiosidade respondendo sabiamente a todas as suas perguntas. Satisfeita a sua prevista eficiência, pediu-me os meus documentos. Estendi-lhe o meu diploma e cartas de referências que tinha obtido de cada hotel onde tinha trabalhad em Israel. Depois de ter consultado o meu diploma pareceu impressionado com a carta que Mrs. Kimchi me tinha dado ao deixar o Hod. Depois deste cuidadoso estudo ele propõe-me um contracto de trabalho de três meses para ajudar a Miss Pollack. Quando eu, radiante, estava a assinar o contracto, repetinamente oiço uma voz muito minha conhecida e muito querida que, por detrás das minhas costas me gritou:

- רובן! מה אתה עושה כאן

Mr. Wood, atónito, muito simpaticamente, com um discreto sorriso, ordena:

- Come on in, Mrs. Brish! Take a seat!

Eu saltei da cadeira e caí nos braços da Mrs. Brish, a minha tão querida Hella dos tempos do Tadmor! Sentámo-nos ambos em frente do General Manager, cada qual na sua cadeira, e aí começou uma terna conversa entre nós como se fôssemos três camaradas que não nos tínhamos visto há muitos anos!

Depois desta curta amigável conversa, Mr. Wood acompanha-me à recepção, apresenta-me à Miss Pollack, dizendo-lhe que eu tinha sido contratado à experiência por três meses para a ajudar na sua lida, que começaria no dia seguinte de manhã! Miss Pollack aquiesceu sem um sorriso, e assim ficou tudo combinado! Dei a minha morada à Hella e convidei-a a vir jantar comigo nessa noite. Mal saí do Berners meti-me numa cabine pública e telefonei ao restaurante em Holborn a informar que eu já não viria lavar pratos no dia seguinte. O patrão ficou lixado comigo e ameaçou-me de não me pagar os dias desse mês que eu tinha trabalhado! Eu, muito delicadamente, disse-lhe que, os pratos os lavasse-os ele! E desliguei-lhe o telefone na tromba!

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