samedi 6 février 2010

Residence du Parque



Antes de voltarmos para casa passámos novamente pela "Résidence du Parque", indagámos onde se encontraria a"concierge" e esbarrámos com um tipo simpatiquíssimo que foi buscar uma chave para nos mostrar o único apartamento que tinham disponível. Era realmente um apartamento espaçosíssimo! Como a casa não albergava qualquer peça de mobiliário, a sala era a vastidão dum chão assoalhado com uma grande janela da largura da superfície daquela vasta dependência, a qual dava sobre um vasto terraço que se debruçava sobre o grande jardim central. O hall de entrada também era espaçoso, assim como a cozinha, que também tinha uma grande janela que dava para esse mesmo terraço. Tinha três quartos gigantescos com janelas para as traseiras, das quais se avistava Paris lá ao longe. Boa casa de banho e novamente essas duas pequenas dependências como guarda-roupas. Ideal para ambos, pois que assim cada qual podia ter a sua independência! Imediatamente descemos até ao escritório do "concierge", assinámos um contrato, e pagámos três meses adiantados. A renda era apenas 900€, "tout compris"! Ficámos encantados e mentalmente uma vez mais enviei a prévia proprietária ao diabo, pois que tínhamos acabado de fazer um bom negócio!

A mudança foi rapidamente feita! Primeiro trouxemos o Caramelo, que fechámos num dos quartos, para o não assustar muito com toda aquela balbúrdia. Rapidamente arrumámos os móveis, mandámos fazer cortinas, decorámos a casa toda, e ficámos ali com reis, muito bem instalados, e com muito espaço para ambos. O primeiro problema foi que, para ir às compras, eu tinha de subir uma muito íngreme ladeira até à via principal onde se encontrava o supermercado. O esforço era realmente bastante violento. Um dia, de regresso a casa, fui à casa de banho urinar e, horror, urinei sangue! Agarrei nas pernas e fui a correr a uma farmácia pedir a morada dum médico. A senhora deu-me uma morada mesmo por cima do seu estabelecimento! Subi e aguardei a minha vez. A sala de espera estava a rebentar de pessoas a tossir, pois que foi durante uma grande epidemia de gripe !

Chegada a minha vez, entro no consultório, e a primeira coisa que o médico me pede sãos as minhas coordenadas. Dei-lhe o meu nome e morada e, ao escrever a minha morada, por cima dos óculos, ele disse-me que me mudasse imediatamente, que a Residência do Parque era uma "fábrica de bronquites crónicas", pelo facto do aquecimento central ser por baixo do soalho, e que isso mantinha a poeira suspensa no ar, e que isso era terrível para os brônquios, pulmões, e sinusites. Ora eu tinha deixado a Alfa por causa da poeirada e de novo ali estava eu prisioneiro desse mesmo inconveniente. Ele deu-me um tratamento para parar a hemorragia mas, mesmo assim, andei quase uma semana a urinar sangue.

Imediatamente começámos a procurar outro apartamento ali próximo, pois que Meudon era realmente um lugar muito aprazível. Durante seis meses procurámos mas eram sempre apartamentos mobilados. Cada vez que passava ao pé do apartamento na Rue des Pierres, a tabuleta anunciando "a alugar", estava lá sempre patente! Era evidente que ninguém queria aquele apartamento no deplorável estado em que o tinha visto. Finalmente, desesperados até aos colarinhos, voltámos a contactar aquela divina senhora que queria que fossemos nós a fazer as obras ao nosso gosto, mas cores clarinhas! Acabámos por alugar esse apartamento a 1.600€ e, ao pegar nas chaves, disse a essa senhora que só pensava nas entradas de dinheiro e não nas saídas, que ela tinha perdido muito mais dinheiro não tendo alugado esse apartamento durante seis meses, do que lhe teriam custado as obras! Moralidade da história, estou agora aqui a escrever as minhas memórias nesse mesmo apartamento, e já lá vão nove anos que aqui moramos!

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